segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Mestrado



Pesquisa indica eficientes manejos de irrigação para o cultivo de pimentão em ambiente protegido


Texto: Tamires de Lima
Fotos: Tamires de Lima e Arquivo

Núcleo de Comunicação Uneb/ DTCS




A irrigação é um dos processos que mais exigem a atenção dos produtores agrícolas, pois tanto o excesso quanto a falta de água influenciam diretamente no crescimento das plantas, na incidência de pragas e na qualidade de sua produção. Foi pensando nesse fator que uma estudante do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Horticultura Irrigada (PPHI) do Departamento de Tecnologias e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus III, desenvolveu um estudo com o intuito de avaliar qual o manejo mais adequado de irrigação para o cultivo do Capsicum annuum, conhecido popularmente como pimentão.

A estudante Iraí Santos pesquisou as formas  de irrigação
 mais adequadas para o cultivo do pimentão
Métodos de manejo são formas de calcular a quantidade correta de água a ser aplicada em uma planta, considerando aspectos como as condições climáticas da região, o tipo de solo e o tipo da cultura assim como indicar o momento mais adequado de irrigá-la. Mas, de acordo com a mestranda Iraí Santos, essas técnicas não são adotadas com frequência pelos agricultores de Juazeiro-BA. “Geralmente os produtores acabam não aplicando a quantidade de água que seria ideal, pois não têm essa preocupação com o manejo da irrigação, principalmente quando a cultura está em ambiente protegido”, diz Iraí.

No estudo da mestranda da Uneb, realizado entre os meses de maio e dezembro de 2014, em ambiente protegido, no viveiro de mudas do DTCS, foram utilizadas duas formas de manejo de irrigação: O Lisímetro de Drenagem em Vasos, o qual foi composto de vasos preparados com um sistema de drenagem contendo o substrato para o suporte das plantas; e o Evaporímetro de Piché, que é um tubo cilíndrico de vidro, onde é colocado a água para ser calculada a sua evaporação.   


O professor Sérgio Queiroz foi o orientador da pesquisa
“Com o Evaporímetro de Piché você faz o monitoramento da água por meio do ar. É o poder evaporativo do ar. Já o Lisímetro é um equipamento que drena. É colocada uma determinada quantidade de água e, por diferença entre o que entrou e o que saiu, você sabe qual é a lâmina de água a aplicar na planta,” explica o professor das disciplinas de Irrigação Convencional e Hidráulica Agrícola da Uneb, e orientador da pesquisa, Sérgio Queiroz.

Segundo Iraí Santos, embora ambos os métodos de manejo tenham sido eficientes, o Lisímetro de Drenagem trouxe melhores resultados para a qualidade do pimentão. “O Lisímetro de Drenagem e o Evaporímetro de Piché proporcionaram respostas semelhantes com relação aos aspectos quantitativos da produção do pimentão. Porém, quando se avaliou características como a massa média, diâmetro e espessura da polpa dos frutos, a lisimetria proporcionou desempenho superior”, afirma Iraí.

O professor orientador do estudo também evidenciou a redução do uso de água no plantio proporcionado pelo uso dos manejos de irrigação. “Eu acho muito importante esse monitoramento da irrigação em ambiente protegido, pois a hortaliça é vendida e classificada pela sua qualidade. E nós produzimos pimentão de excelente qualidade e com economia de água”, explica.



Método Ecologicamente Correto


Além do cuidado com as questões hídricas, tanto do ponto de vista da planta, quanto do meio ambiente, o estudo realizado pela mestranda da Uneb com o pimentão utilizou uma prática que tem se tornado comum entre os olericultores: a troca do cultivo em solo pela utilização de substratos agrícolas. Na pesquisa foram utilizados dois tipos de substratos, sendo um à base de fibras de coco e outro à base de cascas de pinus.

A utilização da casca do coco verde, para a produção de substrato orgânico, é considerado um método ecologicamente correto, pois, devido ao grande consumo da água deste fruto, geralmente há grande acúmulo de suas cascas em estradas e lixões. Segundo dados da revista Horticultura Brasileira, esse material pode levar até mais de oito anos para se decompor no meio ambiente.

“O coco é um material que é resíduo da região e a nossa tendência daqui pra frente é de continuar trabalhando com essa matéria orgânica, para tentar aproveitar o que seria descartado na natureza, dando-lhes utilidade prática e comercial”, conclui o professor Sérgio de Queiroz.

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