Pesquisa indica eficientes manejos de
irrigação para o cultivo de pimentão em ambiente protegido
Texto: Tamires de Lima
Fotos: Tamires de Lima e Arquivo
Núcleo de Comunicação Uneb/ DTCS
A irrigação é um dos processos que mais
exigem a atenção dos produtores agrícolas, pois tanto o excesso quanto a falta
de água influenciam diretamente no crescimento das plantas, na incidência de
pragas e na qualidade de sua produção. Foi pensando nesse fator que uma
estudante do Programa de Pós-Graduação Mestrado
em Horticultura Irrigada (PPHI) do Departamento de Tecnologias e
Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Campus III,
desenvolveu um estudo com o intuito de avaliar qual o manejo mais adequado de
irrigação para o cultivo do Capsicum annuum, conhecido popularmente como
pimentão.
| A estudante Iraí
Santos pesquisou as formas de irrigação mais adequadas para o cultivo do pimentão |
Métodos de manejo são formas de calcular a quantidade correta de água a
ser aplicada em uma planta, considerando aspectos como as condições climáticas
da região, o tipo de solo e o tipo da cultura assim como indicar o momento mais
adequado de irrigá-la. Mas, de acordo com a mestranda Iraí Santos, essas
técnicas não são adotadas com frequência pelos agricultores de Juazeiro-BA.
“Geralmente os produtores acabam não aplicando a quantidade de água que seria
ideal, pois não têm essa preocupação com o manejo da irrigação, principalmente
quando a cultura está em ambiente protegido”, diz Iraí.
No estudo da mestranda da Uneb,
realizado entre os meses de maio e dezembro de 2014, em ambiente protegido, no
viveiro de mudas do DTCS, foram utilizadas duas formas de manejo de irrigação:
O Lisímetro de Drenagem em Vasos, o qual foi composto de vasos preparados com
um sistema de drenagem contendo o substrato para o suporte das plantas; e o
Evaporímetro de Piché, que é um tubo cilíndrico de vidro, onde é colocado a
água para ser calculada a sua evaporação.
O professor Sérgio
Queiroz foi o orientador da pesquisa
|
“Com o Evaporímetro de Piché você faz o
monitoramento da água por meio do ar. É o poder evaporativo do ar. Já o
Lisímetro é um equipamento que drena. É colocada uma determinada quantidade de
água e, por diferença entre o que entrou e o que saiu, você sabe qual é a
lâmina de água a aplicar na planta,” explica o professor das disciplinas de
Irrigação Convencional e Hidráulica Agrícola da Uneb, e orientador da pesquisa,
Sérgio Queiroz.
Segundo Iraí Santos, embora ambos os
métodos de manejo tenham sido eficientes, o Lisímetro de Drenagem trouxe
melhores resultados para a qualidade do pimentão. “O Lisímetro de Drenagem e o
Evaporímetro de Piché proporcionaram respostas semelhantes com relação aos
aspectos quantitativos da produção do pimentão. Porém, quando se avaliou
características como a massa média, diâmetro e espessura da polpa dos frutos, a
lisimetria proporcionou desempenho superior”, afirma Iraí.
O professor orientador do estudo também
evidenciou a redução do uso de água no plantio proporcionado pelo uso dos
manejos de irrigação. “Eu acho muito importante esse monitoramento da irrigação
em ambiente protegido, pois a hortaliça é vendida e classificada pela sua
qualidade. E nós produzimos pimentão de excelente qualidade e com economia de
água”, explica.
Método Ecologicamente Correto
Além do cuidado com as questões
hídricas, tanto do ponto de vista da planta, quanto do meio ambiente, o estudo realizado
pela mestranda da Uneb com o pimentão utilizou uma prática que tem se tornado
comum entre os olericultores: a troca do cultivo em solo pela utilização de
substratos agrícolas. Na pesquisa foram utilizados dois tipos de substratos,
sendo um à base de fibras de coco e outro à base de cascas de pinus.
A utilização da casca do coco verde,
para a produção de substrato orgânico, é considerado um método ecologicamente
correto, pois, devido ao grande consumo da água deste fruto, geralmente há
grande acúmulo de suas cascas em estradas e lixões. Segundo dados da revista Horticultura Brasileira, esse material pode levar até mais de oito anos para se decompor no
meio ambiente.
“O coco é um material que é resíduo da
região e a nossa tendência daqui pra frente é de continuar trabalhando com essa
matéria orgânica, para tentar aproveitar o que seria descartado na natureza,
dando-lhes utilidade prática e comercial”, conclui o professor Sérgio de
Queiroz.

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