Agroecologia e
Desenvolvimento Sustentável são temas de Cartilhas Educativas produzidas pelo
Caerdes da Uneb de Juazeiro- BA
Coleção de cartilhas do Caerdes. Os 13 livretos
dividem-se
em duas series: Agroecologia e Meio Ambiente.
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A coleção composta por 13 volumes propõe ao agricultor
produzir culturas de forma consciente
Texto: Sheila Feitosa
Fotos: Núcleo de Assessoria de Comunicação do DTCS/UNEB
Com o intuito de apresentar aos pequenos agricultores,
estudantes e pesquisadores as vantagens de produzir alimentos orgânicos utilizando
adubos orgânicos e defensivos naturais, o Centro de Agroecologia, Energias
Renováveis e Desenvolvimento Sustentável (CAERDES) do Campus III, da
Universidade o Estado da Bahia (UNEB), em Juazeiro interior do Sertão baiano, produziu
uma série de cartilhas educativas que abordam temas variados como meio
ambiente, manejo e conservação do solo, produção de biofertilizantes líquidos,
preservação dos recursos hídricos e destino dos resíduos sólidos.
As cartilhas dividem-se em duas séries intituladas
“Agroecologia” e “Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável” e com treze
volumes. Os livretos foram produzidos no período de um ano pelo diretor do
Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) e coordenador do Caerdes, professor da Uneb Jairton Fraga Araújo e
bolsistas do projeto Integração Ensino, Pesquisa e
Extensão em Agricultura Orgânica e Agroecologia no Submédio São Francisco com
apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq).
Com uma linguagem
simples, prática e ilustrações que ajudam a facilitar o entendimento do público
leitor, os livretos, de acordo com o coordenador do Caerdes, buscam preparar o
agricultor que trabalha com o cultivo de culturas como melão, cebola, tomate,
para a produção desses alimentos de forma orgânica e agroecológica.
Professor Jairton Fraga, coordenador do Caerdes
e da
produção das cartilhas educativas.
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Em alguns volumes é
possível encontrar diferentes formas de produzir defensivos e adubos naturais feitos com fontes alternativas como o
nitrogênio, encontrado no esterco animal e o potássio, presente nas cinzas de
madeira. O material também ensina o agricultor a fazer biofertilizantes
líquidos, um tipo de adubo feito à base de esterco bovino e leite de vaca. Segundo o coordenador do Caerdes, é
importante mostrar para os agricultores que é possível ter uma boa
produtividade, utilizando defensivos naturais.
“Nas cartilhas o
agricultor pode encontrar defensivos naturais que ajudam a controlar pragas e
doenças nas lavouras. Nelas ensinamos o homem do campo a preparar esses
materiais com elementos existentes em sua propriedade que podem ser usados
contra possíveis problemas nas culturas”, destacou.
O professor ainda
explica que os livretos também tem como proposta alertar os produtores quanto
aos danos e perigos à saúde causados pelo uso de agrotóxico, além de explicar a
importância de separar o lixo nas residências e o tempo que ele leva para se
decompor na natureza. “A ideia é mostrar que todos podem fazer parte desse
processo de mudança, em prol do meio ambiente. Então é importante que essas
medidas sejam incorporadas no cotidiano para que todos possamos agir de forma
consciente”, disse.
ILUSTRAÇÕES- Uma das preocupações, durante a produção das
cartilhas, segundo o professor da Uneb, era com a construção das ilustrações.
Para isso, foram pensados desenhos que representassem a composição étnica do
Brasil, com a figura do negro, índio e branco. As imagens foram desenhadas pelo
estudante da Uneb e bolsista do Caerdes Gilmário Noberto de Souza. De acordo
com o aluno do curso de Engenharia Agronômica, as ilustrações foram pensadas
como uma forma de aproximar ainda mais os leitores.
“O professor sugeriu
que as cartilhas tivessem o maior número de desenhos que representassem a nossa
população. Então pensamos em ilustrar pessoas simples como o vaqueiro, o agricultor, que é o nosso
principal foco, para que ao ter acesso ao material ele possa se identificar”,
explicou o bolsista.
Quanto à linguagem, o
professor da Uneb explica que a ideia era trazer os conhecimentos científicos
apreendidos na academia de uma forma acessível que se aproximasse da realidade
dos pequenos agricultores.
Gilmário
Noberto de Souza bolsista responsável pela confecção dos desenhos contidos nos livretos. |
PROCESSO DE PRODUÇÃO- O estudante do Curso de Engenharia
Agronômica Saullo Melo explicou que todos os bolsistas do Caerdes participaram
do processo de produção das cartilhas. Segundo Saullo, cada estudante ficou
responsável pela construção de uma cartilha e nela, seriam responsáveis por
organizar os conteúdos e realizar as correções com o professor Jairton.
A aluna do curso de
Direito da Uneb e também bolsista do Caerdes,
Kallinca Artuso também participou da elaboração dos livretos. Segundo a
estudante, apesar de ter conhecimento sobre Direito Ambiental, Política
Nacional dos Resíduos Sólidos e Recursos Hídricos, sentiu dificuldade para
conciliar os conteúdos sobre agroecologia, mas contou com os colegas que a
ajudaram durante todo o processo de produção, explicando os termos próprios da
área agronômica.
CAERDES- O Centro de Agroecologia, Energias Renováveis
e Desenvolvimento Sustentável realiza pesquisas multidisciplinares direcionada
para os cursos de Engenharia Agronômica, Direito e Jornalismo, sob a
coordenação do professor da Uneb Jairton Fraga Araújo.
Dentro do projeto Integração Ensino, Pesquisa e Extensão em Agricultura
Orgânica e Agroecologia no Submédio São Francisco, os bolsistas realizam
formações com agricultores do município de Canudos (BA), alertando sobre as
vantagens de produzir sob o sistema de cultivo orgânico e agroecológico. “O
projeto prevê assistência a cem famílias. Nossa ideia é formar um grupo de agricultores
agroecologistas que possam produzir e comercializar produtos sem agroquímicos.
Em 2015, pretendemos realizar essa
formação nas cidades de Juazeiro e Petrolina”, finalizou o professor.
As cartilhas serão distribuídas para os produtores rurais do
município de Canudos, em algumas escolas de Juazeiro onde atua o projeto,
universidades e empresas agrícolas da região.
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